terça-feira, 26 de julho de 2011

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Com os pets na estrada
Você quer viajar com seu bicho de estimação? Conheça a documentação exigida, os hotéis brasileiros que já têm portas abertas para os animais e até as agências que organizam passeios específicos para eles.


Quem tem bichos de estimação com certeza já passou ou vai passar pela situação de querer (ou precisar) viajar e não saber o que fazer com eles. Para os que optam por levá-los como companhia, uma boa notícia: aos poucos, está aumentando a quantidade e a qualidade de serviços voltados para uma população de 34,3 milhões de cães e 18,3 milhões de gatos, segundo dados de 2010 da Associação Nacional dos Fabricantes de Produtos para Animais de Estimação (Anfalpet).

Hoje, os donos de pets podem encontrar companhias aéreas que ofereçam permissão para viajar na cabine (regalia reservada aos bichos com até 5kg). Dispõem ainda de hotéis que, cada vez mais, aceitam os bichos. A Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (Abih) calcula um crescimento entre 1% e 2% por ano, mas, como esses estabelecimentos ainda não estão presentes em todas as partes do Brasil, é sempre bom pesquisar antes de pegar a estrada. Finalmente, surgiram também agências especializadas na preparação dos documentos necessários e na criação de passeios específicos para os pets. Já pensou em fazer rafting com seu cão, por exemplo? Pois isso já é possível.

Mesmo com as novas facilidades, a decisão de viajar com um bicho ainda pode ser difícil se você não sabe o que levar na bagagem nem como preparar o animal para o tour. Para tirar dúvidas, diminuir o estresse e aumentar as chances de o passeio ser divertido, vire a página e descubra um guia que pode ser usado não só nas férias, mas também durante o ano inteiro.



Em dia com as exigências
Assim como os seres humanos, os animais precisam de vacinas e de documentos para fazer viagens nacionais e internacionais. Como a preparação pode levar meses, é bom se antecipar

Antes de partir rumo à diversão com o xodó da família, é importante organizar os documentos essenciais para viagens com animais e atualizar o cartão de vacinação. No site do Ministério da Agricultura, o turista pode tirar dúvidas sobre a papelada necessária para viagens nacionais e internacionais com os bichos de estimação, em www.agricultura.gov.br/animal/animais-de-companhia.

A preparação deve ser feita com o máximo de antecedência, para que, em primeiro lugar, ocorra a imunização proporcionada pela vacina contra a raiva no organismo do animal. Ela é a única obrigatória para qualquer viagem dentro ou fora do país. E, se o passeio for em terras estrangeiras, o dono deve também procurar o consulado ou a embaixada do destino da viagem o quanto antes para saber se há outras exigências específicas daquele país.

O cão ou o gato precisarão do Certificado Zoosanitário Internacional (CZI). Ele é expedido de graça nos 106 postos do Serviço de Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro) — presentes nos aeroportos — ou nas Superintendências Federais de Agricultura de cada estado. Os endereços podem ser consultados no site do ministério.

Para emitir o CZI, o dono do animal vai precisar de um atestado de saúde assinado por um veterinário (veja quadro com os dados necessários), da carteira de vacinação em dia e de outros documentos que possam ser exigidos pela representação diplomática do país a ser visitado. A validade do certificado varia entre cinco e 10 dias.

O ministério dispõe de 18 modelos de CZIs dos seguintes países: África do Sul, Argentina, Austrália, Canadá, Chile, Colômbia, Estados Unidos, Hong Kong, Índia, Japão, México, Noruega, Nova Zelândia, Omã, Paraguai, Suíça, Taiwan, Uruguai e Venezuela, além de todos os países da União Europeia.

Se o destino da viagem não for nenhum desses, o turista deverá pedir ao serviço veterinário do país de destino um documento oficial com as exigências sanitárias. E, em seguida, apresentá-lo aos postos do serviço da Vigiagro para que seja produzido um CZI específico.

Atenção
A primeira dose da vacina antirrábica precisa de 30 dias para fazer efeito. Portanto, se o seu animal for tomar pela primeira vez para viajar, prepare-se com um mês de antecedência.

Anote
A Superintendência do Distrito Federal fica no Setor Bancário Norte, quadra 1, bloco D, Ed. Palácio do Desenvolvimento, 5º andar. Telefone: 3329-7101 e 3329-7100. E-mail: gab-df@agricultura.gov.br.


TRATAMENTO DISTINTO Coelhos, chinchilas, hamsters, iguanas, peixes ornamentais e alguns tipos de aves (periquito, calopsita, canário belga, pombo etc.) também são considerados animais domésticos, mas recebem tratamento diferente do oferecido a cães e gatos na hora de viajar. A analista do Núcleo de Epidemiologia e Trânsito da Secretaria de Agricultura do DF, Mariana Cesar, explica a documentação exigida para eles: “Esses bichinhos precisam da Guia de Trânsito Animal (GTA). Ela é emitida nas unidades da Secretaria de Agricultura com a apresentação do atestado de saúde assinado por um veterinário.” Para obter a GTA, procure a instituição em um dos seguintes endereços: SAIN Parque Rural, ao lado da Secretaria de Saúde e da Emater (3340-3862); SNO Quadra 1, Setor Norte do Gama, Lote 14/24 (3484-3484); Quadra 24, casa 3, Setor Tradicional, Brazlândia (3479-1870); Quadra 8, Área Especial nº 3, Sobradinho (3487-1438); Setor Comercial Central, Quadra 2, Bloco B, Planaltina (3389-3738).


Conforto para bichos e donos
No Brasil, o número de hotéis que aceitam animais de estimação vem crescendo entre 1% e 2% por ano, segundo a associação responsável pelo setor. Esses locais nem sempre são fáceis de encontrar


Arquivo Pessoal

Christyan viveu nos EUA e ia para todo canto com Chiquita: no Brasil, ele precisou cancelar uma viagem por não encontrar hotel que aceitasse o cão

Quem planeja viajar pelo Brasil com um bicho e não conta com parentes ou amigos na cidade de destino costuma ter trabalho em dobro para conseguir um lugar para ficar. Não basta que a hospedagem seja confortável e de bom preço: também precisa aceitar a presença dos pets. E, aos poucos, os hotéis com esse perfil se tornam mais comuns no país. O número cresce entre 1% e 2% por ano, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH) — que, no entanto, ainda não calculou uma média nacional.

Os hotéis, as pousadas e os spas que estão de olho nessa clientela de luxo oferecem serviços especiais para os bichinhos. Espalhados pelas regiões Sul e Sudeste, costumam dispor de babá, kits (ração, comedouro, bebedouro e brinquedos), caminhas com travesseiro, canis com piscina e monitoramento por câmera, atendimento veterinário, além de banho e tosa. Mordomias que a branquinha (e sem raça definida) Nikole, gata-propaganda de laboratórios e de produtos específicos para felinos, conhece bem.

Estrutura Com vida agitada e cheia de mordomias, Nikole viaja com três malas cor de rosa, vai na poltrona do avião — acompanhada da dona, claro — e fica hospedada em hotéis com direito a uma cama só para ela. “Somos muito bem acolhidas nos hotéis. Fico na cama de casal e, ela, na de solteiro”, conta a dona, Cecy Passos, 41 anos, consultora em produtos para gatos. Ela não deixa faltar nada para Nikole. “Levo nas malas produtos de estética e alimentação. Tem pente, roupas, vitamina para o pelo, protetor de unha...”, enumera. “Quando um hotel não recebe, para mim é uma ofensa. O lugar precisa ter estrutura para pets. É questão de mudança de conceito”, defende.

A presença ainda tímida dessa estrutura foi um dos aspectos que Christyan Silva, 31 anos, mais estranhou quando saiu dos Estados Unidos e voltou ao Brasil. Dono da labrador Chiquita, ele marcou um passeio a Natal (RN) para maio deste ano. Precisou cancelar o pacote da agência de viagens porque não encontrou, por lá, nenhum hotel que aceitasse cachorros. “Não tinha onde deixá-la. Resolvi ir para a casa da minha família, em Caldas Novas (GO)”, lamentou. “Nos Estados Unidos, o cachorro é muito respeitado. Poderia viajar para onde fosse e encontraria algum hotel que aceitasse o animal. Aqui, o tratamento ainda é diferente.”
Lionel Falcon/Divulgação

Cecy e a gata-propaganda Nikole: cama de solteiro só para a felina




"O cachorro nos diferencia dos outros turistas"



Carolina Pinheiro/Divulgação

Frida já visitou castelos, igrejas e até caves com os donos

“Quando eu e meu marido decidimos ter um cãozinho, sabíamos que ele teria que se adaptar a uma vida de viagens. Isso contou na escolha da raça — um minischnauzer — e na educação do cachorro. Quando Frida era filhote, nos preocupamos em mostrar a ela diferentes ambientes e situações. Assim, desde pequena se acostumou a viajar e se tornou uma grande companheira. Basta começar a fazer as malas para uma viagem qualquer que Frida fica empolgadíssima e é sempre a primeira a entrar no carro.

Na França, onde os cachorros são muito bem aceitos, estivemos com ela em castelos, caves de champanhe, igrejas medievais, hotéis-boutique e mesmo no Carrousel du Louvre, a parte do museu onde há lojas e cafés. Alguns ambientes costumam pedir que ela seja carregada, mas, em geral, não fazem objeção. Às vezes, um de nós se dispõe a ficar do lado de fora com a Frida, mas somos incentivados pelos próprios responsáveis a entrar com ela.

Os hotéis franceses costumam aceitar cachorros com facilidade, sobretudo os de pequeno porte, cobrando apenas um adicional. Para evitar problemas, também fazemos a nossa parte, mantendo sempre a vacinação e a vermifugação da Frida em dia e providenciando um bom banho antes das viagens. Também levamos comida suficiente, uma garrafinha com água para o dia e muitos brinquedos e ossinhos para entretê-la quando ela estiver só.

Evitamos o transporte aéreo sempre que possível, porque não podemos levá-la conosco durante o voo. Nos trens, dá para levar animais, mas a diferença de preço é alta. Por isso, costumamos preferir o carro. Frida sempre se comportou bem e, para nós, é uma maneira de nos diferenciarmos de outros turistas. Sentimos que somos mais bem tratados com ela do que sem. Ela também tem uma documentação específica da União Europeia e, assim, nunca tivemos problema para viajar com um cachorro não só pela França, mas também pelos países vizinhos.”

Carolina Pinheiro, 32 anos, é estudante e dona da minischnauzer Frida, 7. Vive na França desde 2008. A cadela já viajou pelos seguintes países: Brasil, Chile, França, Bélgica, Holanda, Luxemburgo e Mônaco.




Sem limites para explorar
Agências especializadas em bichos montam passeios e ainda ajudam o dono com a parte burocrática da viagem


Turismo 4 Patas/Divulgação

Os cães também podem fazer rafting: acompanhamento de dois adestradores

Entre as novidades que surgem constantemente no mercado de produtos e serviços para pets, estão as agências que fazem consultoria para viagens e organizam passeios específicos para bichos e seus donos. Duas delas estão em São Paulo: as agências Turismo 4 Patas e Doc-Dog. “Cuidamos da documentação, do atendimento veterinário, oferecemos informações sobre cuidados antes, durante e depois da viagem, fazemos reserva na companhia aérea, embarque desacompanhado, liberação alfandegária...”, enumera Luis Fernando Oliveira, proprietário da Doc-Dog.

A empresa funciona na capital paulista, mas atende em qualquer parte do país. “Temos convênios com clínicas veterinárias em todas as capitais. Elas fazem os exames com o animal e mandam para São Paulo. Daqui, nós organizamos a papelada.”

Por sua vez, a Turismo 4 Patas, também da capital paulista, oferece pacotes de passeios em São Paulo e Minas Gerais para grupos de até 25 cães acompanhados dos donos. As atividades duram de um a dois dias e incluem roteiros na praia, urbanos, de ecoturismo e esportes de aventura, com supervisão de dois adestradores.

“Seleciono alguns destinos e visito o local com a minha cadela. Adapto as atividades com a equipe da agência e aprovamos o roteiro”, afirma a proprietária Larissa Rios. “Já fizemos trilhas, rafting, passeio de barco na praia, city tour em São Paulo”, explica. Para ela, o crescimento do mercado deve-se à busca dos donos por compartilhar experiências com os cães. “Para muitos de nossos clientes, o critério de escolha da viagem é que o animal vá junto. Há quatro anos, fazíamos um passeio a cada dois meses. Agora, são dois por mês, todos lotados”, comenta.

                                                                      CITAÇÃO

Quando você abandona um cão porque não lhe serve mais, seus filhos aprendem a lição. Talvez façam o mesmo quando você ficar velho. Pense nisso”


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